Banco do Brasil e Sberbank dividem 2º lugar em rating de bancos do BRIC

Banco do Brasil e Sberbank dividem 2º lugar em rating de bancos do BRIC

Maior instituição financeira russa não conseguiu ultrapassar o banco brasileiro devido a alta percentagem de empréstimos problemáticos e economia local afetada por sanções financeiras dos Estados Unidos.

De acordo com os analistas da agência internacional de classificação de riscos Moody’s, o banco chinês ICBC desponta em primeiro lugar, com a maior rentabilidade, entre os quatro maiores bancos estatais do BRIC.

O segundo e o terceiro lugares no ranking são divididos pelo Banco do Brasil e o russo Sberbank. Em quarto e último lugar vem o indiano State Bank of India (SBI).

No presente estudo, os economistas compararam os bancos com base em indicadores financeiros e condições macroeconômicas nos países onde operam.

Segundo os especialistas, o Sberbank não foi capaz de ultrapassar o banco brasileiro devido à alta percentagem de empréstimos problemáticos e o macro-perfil fraco.

Ativos problemáticos

Os analistas da Moody’s estudaram os dados de 2018. A participação dos empréstimos problemáticos do Sberbank é de 8,1%, enquanto a parcela de tais ativos no Banco do Brasil fica abaixo de 3%.

“Quase metade dos ativos problemáticos do banco russo são empréstimos com pagamentos vencidos há mais de 90 dias, enquanto a outra parcela é de empréstimos descumpridos, que continuam a ser atendidos”, explicou a vice-presidente da Moody’s, Olga Uliánova, ao jornal “Vedômosti”. Esses empréstimos são um legado da crise financeira russa dos anos 2014 a 2016, lê-se no relatório.

Segundo Uliánova, a porcentagem de empréstimos depreciados na carteira do Sberbank é de 7,8%, o que afetou a posição da instituição de crédito no ranking.

“Paralelamente, o Sberbank é o líder entre os quatro bancos [do BRIC] em termos de rentabilidade devido à alta margem de juros líquida, à diminuição de perdas de crédito e à boa eficiência operacional. Esses fatores continuarão a garantir resultado financeiro estável ao banco”, acrescentou Uliánova ao jornal russo.

O retorno sobre os ativos do Sberbank em 2018 foi de 2,9%, contra 1,1% do ICBC e do Banco do Brasil e 0,3% do SBI, de acordo com o relatório da Moody’s.

A margem financeira líquida do Sberbank foi de 5,3%, contra 5,7% do Banco do Brasil, mas as perdas de crédito da instituição russa são as maiores do grupo.

Economia estrangulada

Os economistas afirmam que a posição do Sberbank no rating recente também é afetada pelas avaliações da economia russa em geral. A Rússia recebeu a classificação de macro-perfil mais baixa dos quatro países – “fraco +”, enquanto o Brasil e a China têm o rating “moderado”, e a China, “moderado +”.

O macro-perfil do país depende de sua classificação soberana, e o desempenho dos bancos depende dos países onde operam, explicam os autores do estudo.

“Desse modo, a posição do Sberbank, ao contrário dos outros três bancos, é afetada pelas sanções financeiras dos EUA, que criam incerteza e riscos adicionais”, explicou o analista da empresa de investimentos Aton, Mikhail Ganêlin, ao “Vedômosti”.

“No entanto, os investidores prestam atenção ao retorno sobre o capital, que é muito alto no caso do Sberbank – mais de 20% – bem como à qualidade dos ativos.”

Fonte:Russia Beyond