Reuniões de cooperação tecnológica precedem visita de ministros dos cinco países do Sirius, maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil.
Equipes de ciência, tecnologia e inovação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países do chamado Brics, estão reunidos em Paulínia (SP) para debater assuntos e investimentos na área. O encontro será encerrado com a aprovação de um novo plano de trabalho de cooperação científico-tecnológica para o período 2019-2022, que será apresentado na sexta (20) com a presença do ministro Marcos Pontes e dos titulares das pastas dos outros quatro países.
Liderado pelo Brasil, que exerce a presidência de turno do Brics neste ano, o evento inclui uma visita técnica ao Sirius, em Campinas (SP), maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil, na quinta-feira (19).
Previsto para entrar em operação a partir de 2020, o laboratório brasileiro será o 2º do mundo a operar luz síncrotron de 4ª geração – o primeiro é o MAX-IV, na Suécia.
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O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC) destacou que as reuniões em curso abrangem a área técnica das pastas e são realizadas a portas fechadas, em um hotel em Paulínia.
O Plano de Trabalho foi criado em 2015, e criou bases para a cooperação, investimentos e desenvolvimento de tecnologia entre os cinco países do bloco.
Sirius
Em fase de montagem do terceiro e principal acelerador, o Sirius não ficará completamente pronto até o fim de 2020, conforme previsto inicialmente.
Apesar de garantir o início de operação no próximo ano, o diretor do projeto, Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), destaca que o orçamento dotado pelo governo federal impede a conclusão no prazo inicial. Segundo ele, a entrega de todas as 13 linhas de pesquisa previstas no Sirius deverá ficar para 2021.
Dos R$ 255 milhões previstos no orçamento para 2019, o projeto recebeu R$ 50 milhões, valor empregado na instalação das três primeiras linhas de luz.
Segundo informações obtidas pelo G1 via Lei de Acesso à Informação (LAI), desde 2012 o Ministério de Ciência e Tecnologia fez dotação orçamentária de R$ 1,472 bilhão para o projeto, sendo que R$ 1,249 bilhão foram, de fato, pagos.
Questionado sobre o atraso no repasse de verbas ao Sirius, o MCTIC havia destacado que em um “cenário de restrição orçamentária”, tem se empenhado para manter recursos para seus institutos de pesquisa e entidades vinculadas.
Fonte: G1