O presidente russo, Vladimir Putin, assinou a lei de suspensão do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF). O documento foi publicado nesta quarta-feira (3) no portal oficial de informação jurídica.
A decisão foi tomada depois que o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, sinalizou a disponibilidade de Moscou de tomar quaisquer medidas que poderiam ser tomadas pela OTAN com a suspensão do cumprimento russo com o Tratado INF.
“Suspender o Tratado INF entre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e os Estados Unidos da América sobre a eliminação de seus mísseis de médio e curto alcance, assinado em Washington em 8 de dezembro de 1987”, cita o documento.
Durante Fórum Internacional do Desenvolvimento do Parlamentarismo, Putin enfatizou que a persistente relutância de determinados países em aceitar a multipolaridade do mundo resulta em tensões crescentes e mina a estabilidade estratégica.
Ele também adicionou que, dada a difícil e controversa agenda global, em meio às ameaças múltiplas mundiais, a comunidade global precisa de cooperação, liberdade de expressão, confiança e entendimento mútuo. Além disso, ele observou que é impossível cooperar com os desafios existentes, caso os países não coordenem as responsabilidades através de discussões.
“Essa transformação [do mundo] para a multipolaridade é óbvia. Enquanto isso, a relutância de uma série de Estados em aceitar essa nova realidade resulta no aumento de conflitos globais, na desconsideração do direito internacional e no enfraquecimento da estabilidade estratégica. Tudo isso impede a cooperação”, destacou Putin.
Segundo o vice-chanceler, a Rússia responderia com ações militares se sua segurança for comprometida, aplicando uma abordagem seletiva ao diálogo com a Aliança Atlântica.
“Nós vamos estudar as decisões que os países-membros da OTAN formularão nos próximos meses. Nós estamos prontos para qualquer opção. Os EUA e seus aliados da OTAN são certamente responsáveis por uma possível complicação da situação político-militar na região europeia do Atlântico, já que seguem uma política de destruição do INF”, afirmou Ryabkov a repórteres.
Fonte: Sputnik